A causa mais comum de roncos nas crianças é o aumento das adenoides e/ou amígdalas, conhecida como hiperplasia adenoamigdaliana. Outras causa comuns, e que também devem ser investigadas em crianças com ronco, são o desvio do septo nasal, aumento dos cornetos, rinite alérgica e mal formações do nariz e/ou garganta.
As adenoides e as amígdalas são órgãos formados por tecido linfoide, sendo responsáveis por uma primeira linha de defesa contra vírus e bactérias. Além destes órgãos, existem outros tecidos linfoides localizados no nariz e na garganta, que também exercem esta função, e compensam este mecanismo de defesa, quando o paciente precisa ser submetido à cirurgia para remoção das adenoides e/ou amígdalas.
O paciente com aumento destes tecidos normalmente apresenta roncos noturnos, respiração pela boca (oral) e obstrução nasal. Podem apresentar também babação noturna, pausas respiratórias durante o sono, voz anasalada, olheiras, sono agitado, emissão involuntária de urina a noite (enurese), sonolência durante o dia e alterações comportamentais. A dificuldade da criança em respirar corretamente durante seu desenvolvimento pode causar uma série de alterações e consequências como: diminuição no rendimento escolar, alteração do desenvolvimento e crescimento gerais da criança, alterações dentárias, alterações no céu da boca (palato ogival) e faciais.
O diagnóstico deve ser realizado pelo otorrinolaringologista, através da história clínica do paciente, exame físico e exames complementares (nasofibrolaringoscopia ou Rx). O tratamento é realizado através de cirurgia (adenoidectomia, ademoamigdalectomia ou amigdalectomia). A cirurgia deve ser considerada em crianças com alterações do sono, comprometimento do crescimento e desenvolvimento, respiração pela boca, alterações do crescimento craniofacial e da mordida (oclusão dentária).